A invasão de fazendas, prevista na pauta do MST, começou na madrugada da última terça em uma das áreas pertencentes à Agropecuária Santa Bárbara, empresa do grupo do banqueiro Daniel Dantas. Segundo nota da empresa, um grupo de invasores expulsou das casas do retiro Jandaia, localizado dentro da fazenda Maria Bonita, dezenas de funcionários e suas famílias, ameaçando de morte quem se atrever a voltar. - Estadão.com.br/Brasil - 15 de Abril de 2009
Conflitos como esse, ocorrido no Pará, têm transformado os campos brasileiros em verdadeiros campos de batalhas onde a luta travada entre sem-terras e latifundiários, tem deixado um rastros de sangue na busca por um pedaço de chão. Para realmente iniciar esse post apresento Antônio Gonçalvez da Silva, um nordestino poeta popular mais conhecido como Patativa do Assaré, conhecido por sua boa dicção Patativa critica sabiamente em um de seus mais conhecidos poemas, A Terra é Naturá, a concentraçao fundiária. Observe a ultima estrofe desse poema:
Iscute o que tô dizendo,
Seu dotô, seu coroné:
De fome tão padecendo
Meus fio e minha muié.
Sem briga, questão nem guerra,
Meça desta grande terra
Umas tarefa pra eu!
Tenha pena do agregado
Não me dêxe deserdado
Daquilo que Deus me deu.
A escolha pelas letras como forma de manifestar-se contra o latifúndio, parece ser uma boa opção, se comparado ao nível de violência que tem ganhodo os movimentos sociais que atuam nessa área, como a invasão da Fazenda Maria Bonita citada no início desse post, no entanto, a forma pacífica de manifesto parece que não atrai o olhar do Governo,
"O INCRA vem sendo orientado para fazer a fiscalização de todos estes aspectos. Até então, a função social era reduzida apenas ao aspecto econômico, de forma que o imóvel considerado produtivo ficava imune à desapropriação ou sanção, mesmo que a exploração do imóvel se desse em afronta as leis ambientais ou até mesmo com trabalho escravo. Uma interpretação, obviamente, absurda", aponta Valdez
Adriani Farias, procurador federal do INCRA de Santa Catarina, ou seja, a Reforma Agrária ainda que executada a "conta-gotas" só é executada onde a invasões, derramento de sangue, e principalmente onde o MST, é taxado ainda mais de um movimento marginalizado.
A Democratização da Terra ainda é uma questão polêmica e o Governo pouco mostra interesse para tal assunto, o que alimenta o paradoxo em que um país com extensões continentais ainda possua gente sem um pedaço de chão como forma de garantir sua sobrevivência. Na verdade A luta pela reforma agrária não acaba na conquista da terra, com a realização de assentamentos pelo governo. Há outras cercas que precisam ser derrubadas. Ao receber a terra o assentado deveria receber estÍmulos estatais para trabalhar no que lhe foi dado, o que não acontece, a agricultara familiar, geralmente praticada pelos assentados, não recebe estÍmulos, assim como acontece com outros minifundiários que não são capazes de concorrer com os grandes produtores. O cultivo da soja na região centro-sul do Maranhão pode ser tomada como exemplo. A atividade de exportação tem se tornado uma verdadeira “política agrícola” que exige investimentos estatais como infra-estrutura e maiores subsídios. Esse é o feudalismo agrário que necessita de mudança.
A construção de um Brasil literalmente para TODOS exige uma urgente mudança no estado agrário vigente, desprovido de interesses econômicos, seguido de uma efetivação dos direitos básicos de cidadania. Colocando a terra à disposição de quem dela mais necessita.
Se o orguiôso podesse
Com seu rancô desmedido,
Tarvez até já tivesse
Este vento repartido,